terça-feira, 22 de junho de 2010

Toradas: Que Dios reparta suerte !

Primavera na Europa. Belo domingo de céu azul e temperatura amena. Lá se foi ela rumo à maior praça de touros da Europa, com capacidade para quase 25 mil pessoas, a Plaza de Toros de Las Ventas, em Madrid (http://www.las-ventas.com/ ),curiosa para assistir ao espetáculo que  fielmente representa a força e determinação da alma espanhola e, que, também é o que mais provoca polêmicas: a tourada.


Ela quis chegar cedo para aproveitar todos os detalhes. Comprou ingresso e foi circular pelos arredores da imponente Plaza de Toros. Era grande a movimentação de ambulantes e turistas; os madrileños, idosos na sua maioria, lotavam aquele espaço e defendiam as touradas com um argumento praticamente imbatível: a tradição.
Na Espanha existem mais de 600 praças de touros, ou seja, toda cidade espanhola que se preza tem tourada. A Plaza de Toros la Maestranza, em Sevilla, foi construída no Séc. XVIII, tem fachada barroca e abriga o Museo de la Real Plaza de Toros (https://www.plazadetorosdelamaestranza.com/).


A Plaza de Toros Monumental de Barcelona , construída em 1914 em estilo bizantino conserva peças raras e cabeças de célebres touros no Museo Taurino de Barcelona (http://www.torosbarcelona.com/).
La Plaza de Toros de Ronda foi inaugurada em 1785 e mantém o Museo de La Tauromaquia com um acervo de peças que permite ao visitante uma viagem cronológica pela história da tradição taurina na Espanha.(http://www.rmcr.org/


Ela sabia que estava diante de um templo sagrado para os espanhóis, local de grandes confrontos onde o touro e o homem estão frequentemente trocando de papéis; num dia belo..num outro fera.

 
Ela, muito curiosa, logo "puxou papo" com um simpático senhor nativo que prontamente se dispôs a fazer uma minuciosa explanação a cerca da história das touradas. Segundo ele, as touradas surgiram na ilha de Creta, no Séc.XVI a.C e na Espanha tudo começou por volta do Séc.III d.C.
A Espanha vê as touradas como uma arte, e a mesma encontrou espaço nos livros do Ernest Hemingway, nas telas de Picasso e de Goya, na ópera Carmen, de Bizet.


O filósofo José Ortega y Gasset defendia as touradas como parte da cultura nacional espanhola. Muitos espanhóis afirmam que o maior toureiro de todos os tempos foi o Manuel Rodriguez, o Manolete, que foi morto por um touro em 1947.


Os touros são considerados pelos toureiros como um animal nobre, são amados e respeitados. São criados em fazendas que se dedicam só a isso, são geneticamente selecionados, da raça Miura e devem ser fortes, bravos e selvagens.



Finalizando aquele momento de socialização, o seu novo amigo a levou para ver os "astros" de perto. Ela viu, então, o toureiro Domingo Valderrama dando entrevista e quase babou ao ver o luxo das suas roupas. Um deslumbre!! Era tanto brilho que deixaria qualquer emergente com tendências à Vera Loyola morrendo de inveja...



Bem, era hora dela ir procurar o seu assento, despediu-se do seu amigo-anfitrião e já acomodada pôde ver a beleza daquele lugar; pôde sentir toda a atmosfera teatral e perceber a grandiosidade do que estava por vir.
A cena era essa: Plaza de Toros lotada. Platéia excitada, munida de lenços brancos para usar no momento certo. Toureiros impecavelmentes vestidos com suas ricas roupas bordadas com fios de ouro, traje de gala, em honra ao bravíssimo e respeitado adversário: o touro!


Não havia torcida rival, todos desejam um belo espetáculo!
A mocinha ainda não havia "entrado no clima" até que teve uma visão sublime: os toureiros percorrendo a arena, esbanjando elegância e sensualidade, se assemelhavam à dançarinos, com os seus corpos esguios e musculosos, em nada pareciam aos frios e insensíveis matadores. E o duelo começou!
Um toureiro, bailando com a sua capa vermelha e amarela, provocava a fúria do bravo touro que já bufava à espera do ataque.Aos poucos ela passa a sentir a sua respiração mais intensa, a sua pulsação mais acelerada e diante daquele show de movimentos elegantes e firmes, sensuais e mortais, tudo o que ela queria era gritar um forte OLÉ !!!


À medida em que o toureiro dasafiava, toda a platéia ovacionava. Quando o touro mostrava a sua fúria, o público vibrava. Era uma festa!!
E o duelo seguia...toureiro provocava - touro avançava - toureiro espetava - público gemia...



A platéia exerce a função de um juiz; é ela quem avalia se o toureiro é merecedor do maior troféu: as orelhas do touro. O bom toureiro é aquele que conquista os lenços brancos de toda a Plaza, e isso só é possível se ele "oferecer" uma morte rápida e honrada ao seu bravo rival.
Naquele dia o toureiro Domingo Valderrama conquistou duas orelhas do valente touro.


No fim do espetáculo a mocinha, agitando um improvisado guardanapo branco, se sentia mais emocionada do que havia previsto. Com o coração disparado e o estômago revirado, ela saiu de lá carregando imagens de cenas fortes. Tudo o que ela precisava era de uma taça de um bom vinho e unas tapas para poder elaborar uma leitura antropológica daquela inesquecível tarde de domingo.
Por falar em comidinhas e bebidinhas, é sempre bom lembrar que o endereço do restaurante mais antigo do mundo é em Madrid. O Botín, inaugurado em 1725, é um lugar com ótima gastronomia e recheado de histórias. Local citado pelo Hemingway em uma das suas obras. Uma boa pedida para terminar o dia (ou começar a noite).(http://www.botin.es/web/index.php)


 Buen Provecho!!
Buen Viaje!!!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Espanha: uma loucura de roteiro !!!!


Não consigo pensar na Espanha sem me lembrar das "viagens" do adorável herói castelhano Dom Quixote de La Mancha. Fecho os olhos e já visualizo aquele cavaleiro da triste figura montado no seu "bravo" cavalo Rocinante, tendo ao seu lado a companhia do fiel escudeiro Sancho Pança saindo em busca de grandes conquistas...e , ainda assim, carregando no peito todo o amor e devoção pela sua doce Dulcinéia. Bela cena!!


Miguel de Cervantes nasceu em Alcalá de Henares (http://www.guiarte.com/alcaladehenares/), Espanha, em 1547. Ele deu vida ao Dom Quixote no período de 1605 à 1615. Cervantes teve uma vida nômade; passou a infância em Valladolid (http://museocasacervantes.mcu.es/en/portada/portada.htm ), estudou em Sevilla, viveu um período em Roma, foi soldado na batalha naval de Lepanto e viveu os seus últimos dias em Madrid, onde faleceu em 1616. Ele teve uma história de vida recheada de andanças e situações, no mínino, atípicas como por exemplo: ser preso e excomungado pela inquisição; viver como um pícaro, uma espécie de mendigo/vagabundo, cometendo pequenos crimes; ser capturado por corsários na Argélia (http://www.argel.cervantes.es/) , norte da África, em 1575 e permanecer escravo até 1580. Tudo isso agregado à sua genialidade deve ter servido de combustível para que a sua imaginação criasse obras tão ricas e, assim, o universo literário foi agraciado com textos que apresentam ao leitor um mundo onde há lugar para tudo e tudo é possível; onde o herói encontra na loucura a forma mais autêntica para manifestar o seu protesto.


Vejo o Dom Quixote com o poder de transportar o leitor na garupa do Rocinante e enquanto apresenta a fascinante paisagem das províncias de La Mancha ( http://www.spain.info/en/ven/provincias/toledo.html ),
Aragão (http://www.caiaragon.com/en/arbol/index.asp?idNodo=183&idNodoP=158 ) e Catalunha http://www.catalonia.com.br/catalunha.asp expôe o viajante à sensações um tanto antagônicas: prazer e angústia, dor e êxtase, sonho e decepção.O leitor passa, então, da condição de mero expectador à de um aprendiz em busca do entendimento de uma realidade tão contraditória: a vida.



Acredito que todos os que tem o privilégio de acompanhar o destemido fidalgo nas suas jornadas, volta ao ponto de partida (se voltar!) com a sua percepção de mundo alterada, com novos "olhares". Dom Quixote, com a sabedoria de todo bom desbravador, desperta no leitor-viajante a necessidade de preservação. Preservação de sonhos e ideiais, por mais bizarros que possam parecer aos olhos do outro. Pois quando esses sonhos se extinguem levam junto toda a graça e leveza da alma, levam embora o prazer da vida.



Toda a "epopéia" do Dom Quixote teve a cumplicidade do valoroso Sancho Pança, grande companheiro de viagem, visto que ele estava sempre disponível para embarcar em todas as aventuras do nosso herói.
Mas, afinal, onde estava a donzela que serviu de inspiração para a realização dos feitos heróicos do Dom Quixote? Ahh...a Dulcinéia é o que podemos chamar de grande idealização, o que não a torna menos importante na história do imortal cavaleiro, ao contrário, a "existência" dela o impulsionava cada vez mais na busca de transformação da apatia cotidiana. (http://www.patrimoniohistoricoclm.es/museo-casa-de-dulcinea-del-toboso/)
Afinal não há conquistas sem devaneios; não há amor sem idealizações; não há viagens sem fantasias e não há Espanha sem Dom Quixote!!


A Espanha conserva na sua alma todo o fogo e sedução dos seus antepassados árabes. E isso seduz!
A sua história se assemelha à de um tórrido e caliente romance, cheio de vitórias e derrotas. Ela foi conquistada, não se abateu, lutou e conquistou também. Hoje ela é imponente, vibrante e rica. Riquíssima quando se trata de cultura. A sua cultura é esplendorosa: culinária, dança, vinho, música, esportes, cinema, literatura.Tudo transborda sabor, cor e paixão.


A Espanha "presenteia" o mundo com as suas inúmeras províncias e cada uma delas é composta por belìssimas cidades: Barcelona, Sevilla, Madrid, Málaga, Salamanca, Toledo, Granada, Córdoba, Santiago de Compostela entre tantas outras. (http://www.novomilenio.inf.br/porto/mapas/nmespanh.htm )
Cidades litorâneas ou interioranas, pueblos ou metrópoles, todas impressionam pela forte identidade que possuem. Todas tem personalidade e o viajante se dá conta disso no primeiro instante em que diz o seu primeiro:" Hola! Qué tal?"


Quero aproveitar esse momento quixotesco que estou vivendo e oferecer um brinde à sedutora Espanha, sem deixar de convidar à todos para que limpem as suas armaduras, elmos e espadas e comecem a desbravar e conquistar novos universos: geográficos ou pessoais.
Besos y buen viaje!!!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O FIM...ele é mesmo inevitável??!!


Outro dia fui ao cinema e vi o filme sobre o Chico Xavier que, obviamente, não é uma comédia mas tem uma cena divertidíssima onde ele, o Chico, relata um episódio da sua vida em que durante um vôo ele teve um ataque com medo de morrer por causa da forte turbulência que atravessavam. Naquela história é fácil perceber o quanto somos iguais quando estamos diante da possibilidade do fim. Quando nos deparamos com a proximidade da morte reconhecemos o quanto somos frágeis e impotentes.
A idéia da finitude é sempre angustiante. Buscamos respostas dentro da filosofia, da religião, da psicanálise ou de qualquer outra fonte de saber. Mas o certo é que, na maioria das vezes, conseguimos acalmar "temporariamente" as nossas inquietações. Só mesmo a fé em algo maior (e bondoso) é o que nos acalanta, um pouco.
O fim é comumente apontado como algo sofrido. A ruptura de uma relação; a impossibilidade de um projeto idealizado; a morte de quem amamos...são tantas dores que mais parece um vudu na alma. O "roteiro" psicanalítico recomendado nesses casos é: sofrer, fazer o luto e seguir adiante.
Mas vamos deixar o luto de lado e falar de situações em que simplesmente imploramos para que o fim venha a galope. Por exemplo:


  • Tratamento ortodôntico.







  • Viagem longa com enjôo.







  • Parcelas do cartão de crédito.






  • E por aí vai...

    Claro que com a mesma intensidade com que desejamos fervorosamente o fim de algo que nos incomoda, suplicamos pela preservação de outras que amamos. Às vezes, essa preservação, depende exclusivamente da nossa ação; em outros casos é preciso uma ação conjunta,comunitária; e em casos mais graves, só mesmo a intervenção de alguma divindade competente para evitar o fim.

    O fato é que tememos o fim, almejamos a juventude e, consequentemente, a imortalidade para desfrutarmos de todos os prazeres que a nossa fantasia possa alimentar. Acontece que vivemos numa hipnótica rotina contemporanêa na qual passamos "boa parte" do tempo desejando, planejando, sonhando mil formas de experimentar o mundo. E passamos a outra "boa parte" experimentando esse mundo sem percebê-lo, sem apreciá-lo; simplesmente porque não foi elaborado um roteiro glamouroso para aquele momento, trata-se "apenas" da paisagem cotidiana. Até que um belo dia, essa paisagem (simples) desaparece e a sua ausência começa a provocar uma saudade comprida,cinza, melancólica. Portanto a mensagem do "biscoito da sorte" de hoje é: sabedoria para conhecer, valorizar e cuidar. Afinal quem disse que o fim é mesmo necessário?

    Fuçando umas revistas guardadas me deparei com uma reportagem de uma antiga edição (set/07) da revista Superinteressante. Uma edição especial onde apresenta "33 lugares para conhecer antes que acabem". Pois bem, seguindo a máxima do cientista Lavoisier e da sabedoria popular: no mundo nada se cria, tudo se copia . Eu copiei um pouco !!
    Achei conveninte postar aqui alguns desses lugares, que são maravilhosos.
    Portanto,mexam-se...pois sabemos que tanto as pessoas quanto os lugares se vão, às vezes sem aviso prévio.


      Monte Kilimanjaro :(www.moo.pt/maravilhas/monte_kilimanjaro) Situado na Tanzânia, é o ponto mais alto da África. É um antigo vulcão coberto de neve no meio da savana, onde há a maior concentração de animais selvagens do mundo. O topo do Kilimanjaro já perdeu, no último século, cerca de 80% da sua neve. Além do aumento da temperatura da Terra, há também a hipótese de que uma lenta retomada das atividades vulcânicas podem estar provocando esse degelo. Foi essa imensa montanha que inspirou o célebre Ernest Hemingway a escrever o seu maravilhoso romance "Neves do Kilimanjaro".
      Tuvalu : (http://www.tuvaluislands.com/) Localizado no Pacifico Sul, é um grupo de ilhas que forma o quarto menor país do mundo. A elevação do nível do mar, consequência do aqueciemento global, está provocando o desaparecimento das ilhas...elas estão afundando. Veneza:(http://www.comune.venezia.it/ ) Cidade italiana, famosa pelos seus canais, pontes, gôndolas. Desde a idade média faz parte da história. Atrativos não faltam por lá. Destino favorito dos românticos. Acontece que o nível do mar está subindo e Veneza está submergindo. Rota 66: ( www.rota66.org ) Rodovia mais famosa dos EUA, símbolo do estilo de vida on the road . Tem mais de 3.800 km de extensão e passa por 8 estados; liga as cidades de Chicago à Los Angeles. Agora a Rota 66 está esquecida e decadente. Não sofre nehum tipo de manutenção, o movimento caiu quase 90% deixando, assim, de fazer parte do US Highway System e dos mapas rodoviários.



    Muralha da China: (www.misteriosantigos.com/muralha.htm).
    A maior e mais antiga muralha do mundo tem 6.700 km de comprimento; acredita-se que a sua construção começou entre 770 a.C e 476 a.C, na dinastia Zhou, continuou com o imperador Qin Shi Huang até chegar na dinastia Ming. A construção atravessa a China de leste a oeste. Infelizmente o muro já desapareceu em alguns trechos. O governo, sob o comando do Mao Tsé-tung, incentivou a população a usar pedras da muralha para construir casas, estradas e prédios públicos. Alguns trechos se tornaram alvo de vandalismo. Ou seja, atualmente um terço do muro já desapareceu e outro terço está deteriorado.





    Great Ocean Road :
    (http://www.greatoceanrd.org.au/)
    Com 300 km de estensão essa estrada no litoral da Austrália demorou 14 anos para ser construída. Ela parte de Bells Beach, local onde acontece o maior circuito internacional de surf do mundo e assim que chega à altura da cidade de Apollo Bay, essa rodovia "oferece"ao passageiro a belissíma visão da úmida floresta Otway Forest, habitat dos coalas. Essa rodovia corre o risco de desaparecer da mesma forma em que foi formada, ou seja o mesmo processo corrosivo que deu origem aos magnificos Doze Apóstolos é o que está ameaçando a sua existência.





    Gálapagos: (www.galapagos.org/2008/).
    O maior laboratório vivo de biologia do mundo fica situado no oceano Pacífico. Foi lá que Charles Darwin elaborou a Teoria da Evolução das Espécies, no séc. XIX. Gálapagos já foi incluído na lista de lugares ameaçados da UNESCO. O número de turista aumenta significativamente a cada ano; matas nativas estão sendo substituídas por áreas de cultivo de alimentos, e com isso surgem pragas que atacam e transmitem doenças aos animais.







    Necrópole de Luxor : (http://pt.wikipedia.org/wiki/Luxor ).
    Cidade do sul do Egito, separada pelo rio Nilo em duas partes: a margem oriental onde se encontram vestígios dos mais importantes templos da mitologia egípcia; e a margem oriental, onde se localizam algumas das mais importantes necrópoles do antigo Egito. Foi lá que o túmulo do Tutankhamon foi descoberto em 1922. A necrópole é atração desde o Império Romano e desde essa época as tumbas já eram saqueadas. Esse magnífico museu à céu aberto sofre grandes riscos de desaparecer em razão do aumento do número de turistas, do sistema de irrigação das lavouras próximas dos sítios arqueológicos e do aumento do trafego de veículos.






    Cidade Velha de Leh : (www.leh.nic.in)
    Na Caxemira, India, a pequena cidade velha de Leh é um dos últimos tesouros tibetano na região do Himalaia. Templos budistas, mosteiros, mesquitas e casinhas dos séculos XVI e XVII com construção de pedras, barro e madeira. O palácio real, construído pelo rei Sengee Namgya no séc XVII, foi o lar da família real até 1830 e é uma versão miniatura do imponente Palácio Potala, residência do Dalai Lama em Lhasa. Abaixo do palácio está o mosteiro Namgyal Tsemo, construído em 1430. Infelizmente a cidade já faz parte da lista dos 100 lugares mais ameaçados da World Monuments Watch, graças a atividade sismíca, o impacto das mudanças climáticas e o aumento das chuvas que danificam os monumentos feitos de barro.







    Medina de Marrakesh (www.morocco.com)
    As medinas foram construídas no séc. IX. São cidades típicas do norte da África e geralmente são cercadas por muros e tem ruas labirintícas, fontes, palácios e mesquitas. Os Almorávidas que dominaram a Espanha e o norte da África entre 1061 e 1147, fundaram a medina de Marrakesh em 1070. Lá se encotram preciosidades arquitetônicas. O ponto de encontro da cidade é o Jemma-el-Fna, uma éspecie de praça onde tudo acontece: mercado livre, zoológico, espetáculos diversos. Com o aumento do número de turistas, a construção de resorts e hóteis é inevitável, e com isso, os moradores cedem espaço aos estrangeiros, modificando a atmosfera local, aquela que faz lembrar as "mil e uma Noites".







    Grande Barreira de Corais:(www.portalaustralia.com.br/entretenimento-australia/city-tours/cairns)
    A grande barreira de corais da Austrália só pode ser vista por inteiro do espaço, pois é a maior estrutura composta de organismo vivo do mundo. Ela tem mais de 2.000 km de vida marinha. Provavelmente esse colorido é o mais espetacular do planeta para os mergulhadores. Acontece que os corais possuem estruturas sensíveis e por diversos fatores ( temperatura da água, ph, salindade) eles estão sofrendo processos de branqueamento e transformando todo o colorido em um esqueleto branco, pálido e sem vida.

    É isso aí...
    O tempo urge!!!
    Beijinhos e boa viagem!!

    quarta-feira, 2 de junho de 2010

    Um Espetáculo !!!




    Ela estava no auge dos seus adoráveis 40 anos. Conhecia alguns cantos desse mundo afora, mas nunca havia desfrutado da maior e mais cosmopolita cidade da America Latina: São Paulo!!
    (www.cidadedesaopaulo.com/sp)
    Num momento de súbita emoção comprou um bilhete, arrumou a sua malinha e lá se foi.
    Ela não dispunha de muito tempo e sabia que havia muito para ver, experimentar e sentir.
    Tudo começou numa sexta-feira. Ritmo acelerado, hora do rush, congestionamentos. Carros e motos desafiando a lei da física, buzinas e luzes por todos os lados. O seu coração estava vibrante, assim como a cidade. Disparado, excitado!




    O programa não poderia ser mais especial: assistir a um concerto da OSESP. Alí, naquele belíssimo local, ela pôde perceber a manifestação de todos os seus sentidos. O prédio da estação Júlio Prestes, que foi construído entre 1926 e 1938, é o endereço do antigo terminal ferroviário e abriga desde 1999 a Sala São Paulo (www.salasaopaulo.art.br), um autêntico templo da música erudita. Um verdadeiro deleite para os seus olhos e ouvidos.



    A Orquestra Sinfônica - OSESP (www.osesp.art.br), naquela noite, teve a regência do maestro Yan Pascal Tortelier que, num misto de força e suavidade, se assemelhava à um gigante mago com poderes para manipular os intrumentos sem tocá-los. Os músicos, juntos ao extraordinário pianista Dejan Lazic, agiam como se estivessem hipnotizados pelo "mago"; seguiam os seus comandos e tocavam os instrumentos com pele, mãos e boca, unindo-os aos seus corpos com o mesmo desejo e intensidade com que os amantes se tocam. A junção harmônica dos vários instrumentos emitia sons que foram capazes de liberar altas doses de endorfina no cérebro dela, provocando assim um prazer singular, quase orgásmico. Puro êxtase!!!


    Fim da apresentação. Ela se sentia flutuando, entorpecida. A noite merecia ser brindada e ela, já sonhando com o deus Baco seguiu até o Bixiga em busca de uma bela massa e um bom vinho (www.cantinaroperto.com.br).
    Enquanto comia, bebia, ria e brindava, ela se deu conta de que realmente a vida é um espetáculo, um verdadeiro teatro onde nos portamos como meros atores em busca de aplausos e admiração, e se isso não ocorre como desejado a neurose grita e nos inflige dor. Após essa constatação e algumas taças de vinho nada melhor do que fazer uma boa caminhada pela Avenida Paulista(www.avenidapaulista.com.br), aquela onde é hoje o centro financeiro do Brasil; a mais movimentada do país, com filiais de grandes bancos e multinacionais, com o suntuoso MASP (www.masp.art.br ), o Trianon e a Casa das Rosas (www.casasdasrosas.sp.gov.br) apresentando cultura, lazer e negócios num mesmo espaço geográfico. Perigoso ?? Sim, afinal há violência e miséria mesmo nos melhores destinos, e ela sabia disso. Mas...viver é sempre um grande risco.



    Na verdade o que ela desejava mesmo era inspirar todo o ar daquela cidade. Tal qual Prometeu que, na mitologia, roubou o fogo dos deuses do Olimpo, ela ansiava em sorver toda a força e grandiosidade daquela metrópole para, assim, tornar-se tão absoluta quanto ela.




    Dia seguinte, o óbvio: dor de cabeça!! A cura para aquele mal se encontrava no coração, ou melhor, no pulmão da cidade. E ela partiu então para o Parque do Ibirapuera (www.parquedoibirapuera.com), local que oferece cultura e arte agregadas ao esporte e lazer com assinaturas de Oscar Niemeyer e Burle Marx. É o endereço de várias atrações: Planetário, Museu de Arte Moderna (www.mam.org.br), Pavilhão da Bienal, etc . Bela manhã, belo parque. Boas respiradas depois, já com o cérebro oxigenado era a hora de dar sequência ao city tour.




    Cidade gigante (quase um mastodonte), avenidas suntuosas, ruas faladas e cantadas. Metrópole democrática: de um lado ela encontrou glamour e sofisticação na Rua Oscar Freire (www.visiteaoscarfreire.com.br), com as suas grifes e os seus cafes que num sopro a levou até a Champs Elysees (www.champselysees.org), em Paris. Do outro lado, alguns minutos adiante, ela se deparou com um movimento fervente de pessoas e sacolas tansitando pela não menos famosa Rua 25 de Março (www.25demarco.com.br), o maior centro de compras a céu aberto da América Latina. Um verdadeiro mercado persa.
    Quantas informações!


    Era, então, uma boa hora para alimentar o seu corpo (e a sua alma tb), e ela "aterrissou" em pleno Mercado Municipal (www.mercadomunicipal.com.br), um prédio em estilo neoclássico inaugurado em 1933. Lindo!
    Ela se deparou com um mundo perfumado e colorido, variedades de especiarias. Eram ervas, queijos, azeites e frutas de todas as nacionalidades, com poderes para despertar o lado gourmet de qualquer simples adepto ao fast food. E já que a ordem do dia era experimentar, seria uma "infração" grave ir embora sem disputar uma mesinha no Hocca bar (www.hoccabar.com.br), existente desde 1952, para saborear o famoso e gigantesco sanduiche de mortadela.




    Espetacular! Essa foi a denominação que ela deu aquela viagem.
    Viagem em que ela pôde perceber todos os seus sentidos sendo provocados.
    Viagem em que ela viveu um turbilhão de emoções: sofreu, amou, chorou, gargalhou, odiou, vibrou...tudo aconteceu em tão pouco tempo e de forma tão intensa que só mesmo poderia acontecer num lugar onde tudo é superlativo.


    Conexão demorada, translado longo e exaustivo e lá se foi ela de volta pra casa com a sua alma em completo movimento transitório, era tudo junto: translação, rotação, mutação e muita inquietação. Todos os movimentos possíveis de provocar o desejo para novos embarques, novas descobertas.
    Ela voltou com a sensação de missão cumprida. Afinal, ela podia dizer que conheceu o melhor de um destino que tanto lhe provocava, tanto lhe seduzia.
    Bem, àqueles que já conhecem a múltipla São Paulo, provavelmente sentem saudades e voltam. E fica a dica aos que nunca a visitaram, pois essa cidade não tem nada de fria e impessoal, ao contrário, ela tem muitas histórias para contar; assim como todos nós...
    Beijinhos. Boa viagem!!

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